Em meados do século XV, o mundo era pouco conhecido se compararmos com o que conhecemos hoje. O pouco que era conhecido se tratava dos três continentes: o europeu, o asiático e o africano. Com o início das navegações, que tiveram como países pioneiros Portugal e Espanha, em 1500, essa configuração espacial sofreu transformações com as descobertas de novos espaços: a América, denominada como “novo mundo”, e os territórios que englobavam o continente da Oceania, chamados de “novíssimo mundo”. Tais descobertas foram possíveis por meio das técnicas de navegação, que foram deixando de ser arcaicas e se tornando instrumentos náuticos precisos para o desenvolvimento marítimo da referida época.

As necessidades dos homens eram fundamentadas também pelas representações gráficas e pelos levantamentos topográficos, ou seja, até o século XVIII pouco se conhecia das espacialidades dos países e das regiões. A confecção de mapas e a evolução de sua precisão são caraterizadas pelos incentivos financeiros que o Rei de Portugal D. João V realizava em meados dos séculos XVI e XVIII. Países europeus como França, Inglaterra e Alemanha já se destacavam na época pela produção de mapas, e logo Portugal não ficou atrás desses países e foi considerada uma potência pelos avanços técnicos e científicos da topografia e pelas produções de cartas geográficas da época. Para complementar o conhecimento espacial até o século XVIII, o Atlas nacional francês de História Geral e Geografia, publicado por Vidal de La Blache (1845- 1918), teve importância fundamental no mundo, apresentando os diferentes espaços com as referências próprias.

A Geografia e o seu processo de institucionalização estão diretamente relacionados aos adventos de uma época. O Mercantilismo, o Colonialismo e a Revolução Industrial aliada aos exploradores aventureiros foram fundamentais neste processo. A primeira fase do Colonialismo possibilitou um acúmulo de informações a respeito das novas áreas descobertas, resultando em uma diversidade que, na época, impulsionou diferentes áreas de conhecimento, incluindo a Geografia.

A partir disso, percebe-se que a Geografia ganhou autonomia ao longo do tempo, conquistando um status próprio e não mais sendo dependente de outras áreas do conhecimento. Por meio de teorias do Determinismo, do Possibilismo Geográfico e de fenômenos do mundo natural, a Geografia foi alçada ao posto de disciplina, estudada em universidades e, mais tarde, foi reconhecida como ciência.

Neste curso online, você vai aprender sobre o conhecimento espacial até o século XVIII. Os países europeus são um marco histórico importante; eles contribuíram com as novas descobertas de rotas marítimas e de novos territórios, e o investimento na ciência foi o que permitiu esses avanços. O conhecimento espacial por meio da navegação da época e a descoberta de novas terras pelos ocidentais ou pela confecção de mapas e levantamentos topográficos são as peculiaridades essenciais que ajudaram na evolução do pensamento geográfico. Além disso, você vai conhecer os aspectos gerais da influência do Naturalismo no processo de institucionalização da Geografia como ciência em universidades europeias. Por fim, você vai conhecer as principais características do Naturalismo e a introdução de estudos do âmbito acadêmico, com a contribuição de diversos geógrafos da época como Karl Ritter, Alexander von Humboldt e Friedrich Ratzel, que possibilitaram a compreensão e a distribuição de diferentes

paisagens da superfície terrestre.

O Curso Online Ciência Geográfica: Marcos Históricos e Constituição é voltado para profissionais e estudantes de Geografia e áreas relacionadas, além de interessados no assunto.

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